Politicagem, politicalha e politiquice, ambas substantivos femininos usados para referir-se à prática de uma política reles e mesquinha, de interesses pessoais, consumada com a repetida execução de atos politiqueiros.
Essa é a descrição de grande parte daquilo que vem se praticando hoje. Entender que vivemos em um país com uma enorme pluralidade partidária e que este mesmo país é um Estado Democrático de Direito é essencial para se fazer uma análise mais profunda do contínuo impasse instalado em nosso meio.
De um lado temos governantes sendo eleitos pela vontade popular, liderando toda uma coligação de partidos políticos que de forma conjunta desenvolveram seus projetos os quais foram amplamente discutidos durante a devida campanha eleitoral e aprovados pelo povo de outro lado existem governantes que desenvolve uma política interna unilateral, admite em grande escala seus correligionários e demonstra claramente não aceitar quaisquer ideologias que não sejam as suas próprias.
É compreensível que qualquer cidadão sinta o desejo de filiar-se a um partido político, mais do que isso, a liberdade política é um direito que assiste a todos. O que não se pode é, de forma nenhuma, querer "dominar o mundo" como se esse "mundo" fosse seu ou de seu grupo particular. Tanto é que, na atual conjectura da política mundial, dificilmente um partido político alcança qualquer patamar nas esferas governamentais sem contar com inúmeros apois e até extensas coligações, pois são estas, na verdade, que garantem o acesso, a permanência e o equilíbrio de um líder no exercício do poder.
O ano vivido será marcado por pleito eleitoral cujo objetivo é um só: O ACESSO E A PERMANÊNCIA NO PODER. Aqueles que estão fora dessa disputa são aqueles que dão apoio e/ou exercem papéis fundamentais para que esse poder seja concedido a alguém (todos), e por esse apoio muitos estão dispostos a "matar ou morrer", principalmente quando existe a possibilidade de se perder o domínio sobre algo que a tanto tempo é dominado.
Nesse sentido é que se faz imprescindível estar atento às diversas maneiras que palanques podem ser montados, ora asteando, ora derrubando as mais divervas bandeiras de luta, pois estes palanques podem ser nada mais do que o reflexo mesquinho da politicagem encoberta por poucos e, muitas vezes, "engolida" por muitos.
Por fim, fica o entendimento de que, conforme o início do Parágrafo Único do Art. 1º da Constituição Federal Brasileira, "Todo poder emana do povo" e em seu nome deve ser exercido, o que deixa bem claro que não existe governo de um só partido, e sim, um governo de todos exercido por meio de representantes.
Já se foram os tempos das Monarquias e Oligarquias, até o Comunismo já se perdeu.
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