O PMDB sai grande, mas nem tanto


O  PMDB vai governar 51 prefeituras do Rio Grande do Norte a partir de 1.º de janeiro de 2013. É o partido com o maior número de prefeitos potiguares eleitos. Somam-se a esse número outros tantos vice-prefeitos e vereadores eleitos.
Pode-se dizer, então, que o PMDB foi o maior vitorioso das eleições municipais no Estado. Foi, mas nem tanto.
Existem outras variáveis que precisam ser observadas, a partir do veredicto das urnas, e que oferecem nova leitura. Duas situações devem ser observadas:
1 – O partido alcançou apenas a metade de sua meta nas eleições de 2012, estabelecida pelo presidente Henrique Alves, que era eleger 100 prefeitos. O quadro tornou-se delicado com a perda de cidades importantes, como Macaíba, na Grande Natal, e municípios que formam importante base política na região Oeste, como Apodi, Felipe Guerra, Upanema, Tibau, Governador Dix-sept Rosado, Olho D’água do Borges e Alexandria.
O PMDB governará essas prefeituras só até 31 de dezembro que se aproxima.
2 – O ministro Garibaldi Filho, principal expoente do peemedebismo, colecionou derrotas emblemáticas que poderão trazer dificuldades futuras. No primeiro turno, já na reta final, foi a Pau dos Ferros para mostrar a sua força eleitoral, subindo no palanque do neopeemedebista Bráulio Figueiredo. Viu o adversário Fabrício Torquato, do DEM, que o apoiou em 2010, vencer as eleições com um placar acachapante. A derrota atingiu a sua imagem de “grande eleitor” que era louvada no Alto Oeste.
No segundo turno, foi para a frente da campanha de Hermano Morais em Natal, depois de ter batido de frente com o primo e adversário Carlos Eduardo (PDT). Garibaldi fez discursos inflamados, colocou-se como se fosse o próprio candidato. Não vingou.
Os natalenses lhe disseram “não” nas urnas, impondo-lhe uma derrota constrangedora. A partir dessa leitura – incontestável – e o recado dado pelas urnas, o PMDB dos Alves terá de reavaliar a sua posição política para as eleições de 2014.
Nesse ínterim, o partido e seus líderes certamente farão um reajuste, principalmente no que concerne o relacionamento com o governo. Até porque o seu realinhamento político-eleitoral deverá ser com o grupo que o grupo que governa o Rio Grande do Norte.
Evidentemente, existem outras possibilidades, porém, com menor chance de concretização. A oposição, por exemplo, tem algumas posições demarcadas, não sendo provável a abertura de espaço para o projeto dos Alves.
Observando a cena, sem ansiedade, a governadora Rosalba Ciarlini vê o leque de 2014 se abrir com certa leveza.
FONTE:Jornal de Fato, coluna de Cesar Santos.

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